O livro “O Diário de Anne Frank” é famoso por nos contar um pedaço da 2ª Guerra Mundial pelos olhos de uma garota judia, a própria Anne Frank, dos seus 13 aos 15 anos de idade entre 12 de junho de 1942 e 1 de agosto de 1944 – sendo grande parte dele escrito em seu esconderijo, um quarto escondido por uma estante.
Dentre os vários mistérios e discussões que o livro gerava, estava no que Anne havia escrito em dia 28 de setembro de 1942 – as páginas referentes a esta data haviam sido cobertas com papel pardo e grosso – uma aparente tentativa de esconder o conteúdo.
Então existia a dúvida: O que diabos estava escrito lá? Para nossa sorte, descobriram!

A Descoberta sobre Anne Frank
Recentemente, com uma mãozinha da tecnologia, pesquisadores da Holanda, por intermédio do museu Anne Frank House e do NIOD (Instituto da Guerra, Holocausto e Estudos sobre Genocídio da Holanda), conseguiram desvendar o que a garota havia escrito nestas páginas.
O conteúdo das páginas revela uma visão inocente de Anne sobre o desenvolvimento sexual feminino e piadinhas sobre sexo – algo comum em adolescentes nesta idade – além de assuntos como contracepção e prostituição.
No inicio da página, Anne escreveu: “Vou usar essa página estragada para escrever piadas ‘sujas'”. Acompanhando de um punhado de frases riscadas e outras quatro piadas sujas que conhecia (provavelmente as tendo escutado de algum parente). Em uma delas, Anne diz:
“Você sabe o que as garotas da Wehrmacht (forças armadas) alemãs estão fazendo na Holanda? Servindo de colchões para os soldados”
Em um outro trecho, Anne também relata sua experiência com a menstruação:
“um sinal de que a mulher está pronta para ter relações com um homem, mas não se faz isso, é claro, antes de se casar”.
As Opiniões
Para Ronald Leopold, diretor-executivo do museu Anne Frank House: “Anne escreve sobre sexualidade de maneira desarmante… Como todo adolescente, ela está curiosa sobre esse assunto”. Ronald ainda completa: “Estes trechos nos aproximam da garota e autora Anne Frank”.
Já para Frank van Vree, diretor do NIOD: “Qualquer um que leia as passagens que foram agora descobertas será incapaz de esconder um sorriso. As piadas sujas são típicas entre crianças em crescimento. Elas deixam claro que Anne, com todos os seus dons, era, acima de tudo, uma garota comum também”.
Para as duas instituições envolvidas na pesquisa, além da Huygens Institute for the History of the Netherlands, o grande desafio para desvendar o conteúdo, estava em conseguir separar palavras presentes na frente do papel com as do verso. Para decifrá-las, as páginas foram fotografadas sobre um fundo iluminado e processadas com o auxílio de um software, que também ajudou a identificar as palavras.

A Publicação
Ao publicar as páginas que Anne claramente queria manter escondidas, o museu comunicou que seu diário – um documento de patrimônio mundial registrado pela Unesco – tinha um interesse acadêmico significativo. Mas também afirma que as páginas não alteram imagem de Anne.
“Ao longo das décadas, Anne cresceu e se tornou o símbolo mundial do Holocausto, e Anne, a garota, caiu cada vez mais em segundo plano… Esses textos, literalmente, descobertos, trazem de volta ao primeiro plano a adolescente curiosa e, em muitos aspectos, precoce”, dizia o comunicado.
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